quarta-feira, março 08, 2006

a propósito da arte

Daniel Maia Pinto-Rodrigues pratica uma espécie de arte poética que, como diz o meu caro Manuel António Pina, consiste num «desusado desprendimento ou, talvez melhor, "desaprendimento" da maior parte da poesia que tenha lido». E a arte, hoje, é provavelmente isto - desprendimento e desaprendimento, até porque nós estamos condenados a chegar sempre demasiado tarde para conseguirmos encontrar definições unívocas.
Aqui fica um poema de Malva 62 (Quasi, 2005, p. 60):

O nosso amor parecia uma história de fadas
o encanto girava que nem em quatro rodas
depois as rodas deram umas guinadas
e descambou tudo num conto de fodas.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Chegamos quase sempre atrasados se formos atrás dos outros. Dai falar-se em criação artística. Criar novos caminhos: ser original.

22:48  
Anonymous Anónimo said...

Hoje fiz uma obra d'arte intitulada "Cagalhão Atravessado". E tal como qualquer criação artística foi feita com dor, sofrimento e solidão - ía p'ra mais de quatro dias que estava obstipado...
Quando ele me víu disse - meu pai! e eu com carinho puxei o autoclismo. Está em exposição na ETAR da Embra. Visitem.

mais informações em: www.etardaembra.come.merda

13:58  
Blogger diogo said...

http://www.el-mundo.es/magazine/num121/textos/arte.html

15:34  
Blogger zp said...

o poema é lindo

01:01  
Blogger carlos said...

Desprendimento parece-me mesmo a melhor palavra. Acrecento desfiltramento que pode muito bem não ser uma palavra mas se fosse eu usava.
O artista está mais perto dele quando de desprende e se desfiltra.

22:00  

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