domingo, setembro 10, 2006

Ask what you can do for your country

Vai nascer o Sol. Verdade e facto. Nasce todos os dias, bem sei. Mas é o que temos e nunca nascerá a Lua. Eram necessários cem milhões de habitantes e um herdeiro rico com hábitos alternativos para que tal acontecesse. E como em tudo o que é nicho, o que interessa é o pilim. É nesta merda que a velha Europa é diferente da nova América. Importámos o estilo de vida, mas não o modelo organizacional. Nunca poderemos competir com a regionalização linguística do Tio Sam e a utopia de um vespertino que promova estilos de vida e noticias a ler no espaço de uma imperial, será, sempre, uma ou outra europeia página de bebedeiras duvidosas.
Informação condensada e objectiva é também o que promete a RTP com a diminuição do seu Jornal da Noite. Em vez do massacre demorar uma hora e dez, demora uma hora. Das 19h às 20h vibra-se com o gordo Mendes a dar à roda e depois uma reunião séria com o José Alberto Carvalho. Imparcial e actual, em que o que conta são as noticias que vendem e interessam à populaça. Ou como me ensinaram no CENJOR, "interessa mais um morto nas estradas portuguesas, do que cem na China". Lei da proximidade. McLuhan fez muito, mas o mundo mudou, não é senhores-editores-de-fato-cinzento-que-estiveram-três-dias-acordados-a-cobrir-o-25-de-Abril?
Também isto é culpa do senhor que dá o título ao texto. Meteu o homem na Lua e alimentou os paparazzi. Desconfio que a história do pequeno passo para o homem, blá blá blá, não foi mais que o cumprir de uma promessa depois de esgotados os diamantes. Eu compreendo. Se a rapariga conseguiu que o panilas Elton lhe chamasse "candle in the wind", o que não terá conseguido do Presidente mais boémio do mundo? O tal herdeiro rico que conseguiu que acordássemos na Lua.