segunda-feira, dezembro 25, 2006



Shakespeare fez Hamlet pensar o que ele próprio discutia consigo. Por fim, resolveu o mesmo que Sócrates (escolham qual deles) - é melhor ser. O que somos e fazemos tem a importância que tem. Para nós, muita. Para poucos, alguma. Para outros, nenhuma. As biografias contam o que somos e não o que quem lemos/vemos/ouvimos foi. For instance, porque raio quereria eu saber da história de vida de Daniel Shechtman, "descobridor" dos Quasicrystais? Bem, o achado do senhor não são jóias e permitiu o aparecimento da frigideira moderna, responsável por inúmeros e deliciosos momentos de molhanga. O que torna qualquer história boa para quem queira ouvir a visão de quem a conta. É óptimo que as biografias entrem na moda, permitindo que os leitores "big brotherianos" mastiguem em vez de engolir.
Se há coisa que a comunicação global tem de boa é que as coisas são. Sem lugares obscuros, do diz que disse e do se calhar era. De repente, toda a gente tem merdas para contar. Olhem o D. Sebastião. Sempre ouvi que era puro (virgem), que tinha ido salvar o país a Marrocos e tal. E agora, que tinha gonorreia. Que tinha sido um homem da corte a pegar-lhe...Um homem! Mas era panilas? Não se sabe. Vai haver exumações e mais umas merdas e depois logo se vê. Mas se havia pedofilia assumida na Corte, lá se vai a honra d'O Desejado e o porta-estandarte da Direitinha portuguesa. Portanto, não se trata de história, mas sim de abordagem. Nada de novo, mas convém lembrá-lo. Finalmente estamos a ter uma aculturação transversal. A informação está aí toda e somos nós quem escolhe as notícias. O que fazemos importa. E assim, somos. Bom ano e façam coisas boas.

6 Comments:

Blogger ziggy said...

E basta-nos ser para sermos ou precisamos de entender para poder transformar e depois sermos...credo! isto é complicado :-) na realidade somos sempre o que não somos aos olhos de quem nos vê ou lê! somos sempre aquilo que a mente de alguém julga ser por nós. Isso é interessante porque deixa um espaço apenas para ...sermos! quando nem sequer sabemos o que queremos! ah! a relatividade é sempre boa e quando misturada com um pouco de realidade, sabe tão bem! Boa meu amigo, vamos ser porque tudo faz sentido apenas a indiferença mata.
Bom ano para ti também mas espero ver-te antes disso :-)

00:22  
Anonymous Anónimo said...

os outros julgam-me pelas minhas acções, eu, pelas minhas intenções

09:50  
Blogger diogo said...

diria: permitam-me acrescentar...de resto, perfeito. Beijos

16:22  
Blogger diogo said...

perfeito, o que escreveste, claro!

16:23  
Blogger ziggy said...

boni, as duas perspectivas são as mesmas, diferen no lugar onde colocas o observador. Porque mesmo nos fragmentos existe um eu. e a forma como o teu eu organiza esses fragmentos para se personificar carrega de novo o teu eu. De outra forma seriamos todos iguais e todos gostavam de amarelo. E ainda bem que somos feitos de mudança ;-)

13:32  
Blogger DoxDoxDox said...

gostei.
o eu para mim, o meu eu para eles, os eles deles para mim, eu e eles, os nossos eus, nós todos...

nao gosto é da expressao "panilas".

10:49  

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