sexta-feira, janeiro 05, 2007

The Hours

Agora que olho devagar, consigo, pausadamente, compreender a nossa história. A minha história. E percebo porque falhou. Porque faliram os ideais. Porque morreu o que esperávamos de nós.

E finalmente consigo olhar-te nos olhos e sentir-te. Sem raiva ou ansiedade. Consigo ver quem és e porque raio quis fazer de nós uma história. Porque me entreguei, porque preferi não escutar a razão e, sim, porque decidi que te queria amar. Contra mim e contra ti.

E, olhando devagar, compreendo a tragédia que a proximidade nos trouxe e sei onde errámos. Em que ponto perdemos o controlo dos sentidos e como a voracidade foi ganhando espaço.

E ainda quando a melodia que queríamos escutar se tornou num ruído infernal, impossível de desligar para onde quer que fugíssemos. Quando passámos a ser um constante sobreviver.

Agora que acabou, resta-nos apenas viver.


*Estranho como a vida tem o seu próprio tempo. Escrevi esta bodega à cinco anos para uma pseudo-ficção e só ontem, depois de ver o filme, materializei os quês e os porquês. Boas horas em 2007 para todos.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Boa ficcao...Boas 8760 horas em 07!!

19:50  

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