terça-feira, janeiro 27, 2009

Uma medida para a crise

Nos dias que correm somos atormentados por muitas e variadas coisas. Noticias que narram o impossível e que dão conta das maiores barbaridades. O mundo, parece-me, na sua globalização inevitável, preso por arames. Mesmo na pequenez da Lusitânia a coisa não está, como diria o profeta de Boliqueime, fácil. Poderia escrever sobre o desemprego galopante, a Esmeralda ou o caso Freeport, entre outros (o Armando Vara é cada vez mais uma tentação). Talvez sobre os árbitros, assunto relevante que preocupa de lés a lés. Mas hoje a minha atenção debruçou-se sobre a Maya. Ela tem umas mamas novas. Ou umas "maminhas", como lhe chama o 24 Horas num artigo onde, num fabuloso exercício de criatividade, aborda o tema. Começa assim: "Macrolane, a nova técnica de enchimento de mamocas, é mais cara do que silicone." Gosto muito da definição técnica de Macrolane, exacerbando a característica principal do material. Depois, a noticia ataca o cerne da questão: "Agora usarei decotes e vestidos com mais segurança"; "Daqui a dois anos, ou um pouco mais, tenho que voltar a encher, porque isto tem um prazo, tal como o Botox"; "Se não tivesse um filho até era bem capaz de no Verão fazer topless"; "Maya não teve que comprar soutiens novos – continua a usar um 34C";
A coisa no seu todo ficou à volta de três mil euros, dizem-nos. Não foi barato, é verdade, mas com mamas não se brinca. Ainda mais com a crise que aí está. Afinal, vender é preciso e como ela diz no meu horóscopo para hoje, "queixar-se e não fazer nada eterniza a insatisfação".